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A mostrar mensagens de julho, 2009

A Carta

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Ela olhava o rio sobre a varanda, a água brilhante, o sol radiante, a brisa leve. Para muitos era o que bastava mas ela continuava a sentir que lhe faltava algo, um pedaço seu que alguém lhe tinha roubado. Foi ao quarto e pegou numa caneta preta e numa folha de papel que estava rasgada numa das pontas. Voltou para a varanda e sentou-se no chão, imovél, olhando para o papel. Começou por fazer um risco mas quando deu por si tinha feito um desenho de duas pessoas, abraçadas. Voltou a folha para o seu verso, que estava em branco e decidiu escrever uma carta. « Ainda sinto um vazio cá dentro. Não sei se é a falta das tuas mãos dadas com as minhas, a falta de ouvir as tuas palavras, de sentir a tua mão no meu rosto, de me beijares a testa, de mergulhar no teu doce olhar, de ficar vidrada no teu sorriso. Não sei se é a falta das conversas sobre tudo que d'antes eram frequentes ou se é a falta dos longos momentos juntos, unidos, no nosso mundo à parte, pintado com cores nunca antes vistas.

O banco verde do jardim

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Era no banco verde do jardim que costumavam estar, juntos, abraçados, fazendo companhia um ao outro. Ela agora estava sozinha, em silêncio, escutando os pássaros, sentindo os seus cabelos castanhos dançarem ao som do vento. Sentia-se perdida naquele lugar, mas era o único sítio que lha trazia calmaria e paz à sua mente. Um milhão de coisas passavam pela cabeça. Do banco via-se um rio, grande e brilhante. Sonhava com o dia em que partira sem destino. Agora nada a impedia, nada a prendia, nada lhe faria voltar atrás. Apenas queria largar e esquecer, tentar sorrir de novo, sozinha ou acompanhada. Deitou-se no banco, com as lágrimas a cair pela face, fechou os olhos e caiu num sonho profundo. Sonhou com o dia em que se conheceram, naquele mesmo banco verde de jardim, num dia de chuva. Ela morava ali perto e ele também mas nunca antes se tinham cruzado. Ela tinha saído de casa a meio de uma discussão com os pais e tinha ido para jardim, vagueando e acabando-se por sentar naquele banco. Colo

O Ciclo da vida

« Já perdoei erros quase imperdoáveis, já tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas que nunca pensei me decepcionar, mas também já decepcionei alguém. Já abracei para proteger, já ri quando não podia, fiz amigos eternos, já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e saltei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, magoei-me muitas vezes. Já chorei a ouvir uma musica e a ver fotografias, já liguei só para ouvir uma voz, apaixonei-me por um sorriso , já pensei que fosse morrer de tantas saudades, e tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder). Mas vivi. E ainda vivo! Não passo, simplesmente, pela vida. O melhor mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve, e a Vida é muito para ser insignificante. » Charlie Chaplin