(Catarina Gaspar) Tu não erras , detens sempre o poder de me por um sorriso vincado nos meus lábios, deixas-me a flutuar quando me olhas com ternura nos olhos tentando descobrir para onde viaja a minha alma transparente. Fazes-me sentir bem, fazes-me perder-me nos pensamentos e no tempo, como nas horas a fio em que conversamos de memórias cinzentas e amarelas, e vermelhas, azuis turquesa e cor-de-rosa, com gelados tão gelados que nos gelam os dedos entre as palmas das nossas mãos à temperatura entre o quente e o frio. Perder-te não faz parte dos meus planos não planeados, não faz parte do meu mapa não ter a tua morada assinalada, não faz parte do meu telefone não ter o teu número, não faz parte da minha vida não te ter! 'Perder-te' contigo não se diz, não se conjuga, não faz parte da minha gramática. Só quando me perco em ti, e até já perdi a conta das tantas vezes em que isso aconteceu. Pensando bem, nenhuma palavra faz parte da minha gramática, não há palavras, só mímica ...