Não desesperem, sorriam e aprendam com os erros.

Ele era diferente. Vivia numa pequena vila onde toda a gente se conhecia. Tinha 16 anos e morava com os pais. Embora estes estivessem juntos, as discussões eram constante. Já nem haviam motivos para tantas discussões, já eram causadas por coisas sem importância. Ele ficava farto de os ouvir naqueles gritos e dirigia-se o mais rapidamente para o seu quarto, pensando no dia em que toda esta tortura iria acabar. Fechava a porta com violência para que os pais a pudessem ouvir, era a primeira maneira de chamar a atenção. Ele nunca tinha tido coragem para dizer aos pais como se sentia. Ele era diferente, pensava para si e guardava tudo dentro de ele próprio, não tinha muitos amigos porque também nunca os tinha ido procurar, bastava-lhe os poucos que tinha para se sentir completo. Esses poucos amigos e a sua guitarra era o que lhe bastava para se sentir completo.

Assim que ele entrava no quarto sobre as ditas discussões, pegava na guitarra e ficava a admira-la, como se fosse a coisa mais perfeita que alguma vez tinha visto, era o seu escape, o seu mundo, assim que fazia ressoar cada som musical que as cordas produziam ao ser tocadas. Jamais eu vira alguma vez alguém ter tanta paixão por instrumento como ele tinha pela guitarra. O que mais o admirava na guitarra era o poder de fazer melodias, simples, únicas, perfeitas aos seus ouvidos. Ele pensava que era demasiado forte para chorar, e é. É forte por não deixar que as lágrimas o derrotem, para ele isso era o mais importante: não ser vencido pelo medo duma noite escura, pelo medo de ter os pais separados, pelo medo de mostrar fraqueza. Ele não era louco por não chorar, apenas chorar não iria fazer com que as discussões parasse, pensava ele, e bem. Chorar pode aliviar, mas não resolve. E pra quê chorar se música é tão melhor, tem um sabor diferente, autêntico.

Ele não fazia rimas e nem sabia fazer canções.

Apenas tocava o que as pessoas tendiam a cantar depois.

Sonhava com o seu mundo único, paralelo e profundo.

Pra ele era como o seu próprio mundo.

Não queria ser, nem era, como esses conhecidos artistas.

Não ambicionava, se quer, aparecer em revistas.

Um dia o mundo bem girou, o mundo em que vivia.

Deu uma volta tão grande que quando deu por ele já fugia.

Fugia do mundo onde tinha sido inserido.

Não por vontade própria, pois daí ter partido.

Partiu sem destino, sem musicas ou canções.

Somente guitarra ás costas, isso eram as motivações.

Motivações de prosseguir, por esses mundos descobertos,

Sem nunca olhar pra trás, sem nunca ter medo de desertos.

Nunca mais se soube nada desse rapaz e do seu mundo.

Sabemos que agora está bem mas que antes já bateu bem no fundo.

E assim fica a história, sem mais nenhuns argumentos.

Não desesperem, sorriam e aprendam com os erros.

Porque erros, esses todos os cometemos,

Não por querermos mas sim, porque a vida é pra ser testada aos extremos.

E quem diz vida, diz pessoas e corações.

Diz melodias, ritmos, poesias e canções.

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