Às vezes...

Às vezes sinto que não estou cá, outras vezes sinto que estou só. Às vezes sinto que me perco outras estou mesmo perdida. Às vezes preciso de sair, outras preciso de ficar, no entanto nunca sei qual o meu lugar.
É, o tempo passa, muda e cura também. Mas não há ferida, nem solidão, nem dor, nem sentimento de culpa. Há saudade. E enorme. Um vazio preenchido de memórias e sentimentos quentes e fortes mas eu nem sei se se lembram de mim como eu me lembro todas as noites.
Perseguir sonhos... Os meus sonhos... Esses em tempos foram esquecidos, postos à parte, guardados dentro duma gaveta fechada e trancada, completamente selada, a chave deitada fora e assim esqueci que eles existiam. "Tenho que manter os pés assentes na terra" pensei eu tantas vezes mas quanto mais tinha os pés na terra, mais me enterrei em sonhos alheios. Como poderia eu ficar presa ao solo, eu tenho asas nos pés e a alma, essa sonhadora, voa longe!

Por uma vez disse pra mim "A quem é que eu estou a tentar enganar?! Eu sou a pessoa que melhor me conhece e eu sei bem que não quero isto pra mim!". Então respirei fundo, enchi o meu pequeno corpo de coragem e abri a gaveta, à força, contra todos. - Estava vazia.
Eu tinha crescido e os sonhos tinham ficados perdidos no tempo, por isso despi o corpo-morto e vesti, mais uma vez, a minha alma boémia e saí pro mundo pra encontrar os meus sonhos, pra encontrar quem sou, porque, apesar do corpo coberto de palavras, a alma, às vezes, é feita de pó mágico que todos os adolescentes têm dentro de si e eu, às vezes, não consigo tê-lo cá dentro, necessito de espalhá-lho por onde quer que toque e cativo as pessoas cada vez mais pra junto de mim, pra que não me esqueçam, pra que não me percam, pra que se lembrem que estou sempre aqui.
Mas às vezes...

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