17

E lá vieram os 17. Não é que eu tivesse especialmente à espera deles, porque na verdade nem estava, a única coisa que mudou foi que agora passo a dizer que tenho 17 anos e não 16. Mesmo assim, o BI tem que andar sempre atrás de mim, não vá querer ir a algum lado e não me deixarem. Já me aconteceu duas vezes, e não foi em bares como seria de esperar: uma vez foi no teleférico do jardim zoológico porque queria andar sozinha e não me deixaram porque tinha que se ser maior de 10 anos e eu com 11 achava que tinha o direito de ir. Como não andava com o dito BI comigo, enchi-me de orgulho, fiz fita e não andei sequer no teleférico. Manias!
A outra vez foi no cinema, quando, com 14 anos, quis ir ver com as minhas irmãs o "Hancock" que era pra maiores de 12 anos. A senhora da belheteira não acreditou que tinha mesmo 14 anos (magricela e nem metro e meio não admirava nada que não parecesse que tinha 14 anos) Como é claro, e torta como sou, fiquei muito indignada e disse à senhora algo do género que as pessoas não se medem aos palmos e que era injusto ela estar a basear a minha idade na minha altura. Fiquei muito ofendida mas a senhora não nos deixou comprar os bilhetes e lá fomos fazer tempo e talvez comer um gelado, já não sei bem, mas lembro-me que foi por volta dessa altura que comecei a andar SEMPRE com BI. Hoje em dia, ando por razões que já não essas, mas sim entrar em bares, ir ao cinema e outras coisas desse género, e ainda, o motivo principal, pode acontecer-me alguma coisa e se eu tiver o BI comigo assim já sabem quem eu sou. E é pra isso mesmo que o BI serve: pra saber quem somos. Eu sei o meu nome, de quem sou filha, a minha data de nascimento e outros números que lá aparecem que eu ainda não sei muito bem para o que é que servem. O problema é que eu ainda não sei quem sou, mas isso já não diz no BI, nem em palavras, nem em números.

Bem, parabéns atrasados pra mim! (Impressionante que até comigo própria me atraso! Haja paciência e dessa, por enquanto ainda tenho muita...)
Pró ano há mais e em grande! Ou em pequeno porque eu duvido que vá crescer alguma coisa de extraordinário.

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