Devias ter vindo

Devias ter vindo! Mesmo quando eu disse que não, devias ter-me contrariado. Eu sou um bicho difícil, mas as mulheres são confusas, dão o dito por não dito, querem o mundo e não querem nada, são malucas mas amam com tudo o que têm delas próprias. Elas dizem que "não" e eles, quando gostam, não contrariam as donzelas, dizem que "sim" e fazem tudo o que ela pede. Mas uma mulher como eu gosta é de desafios, o fácil toda a gente que quer tem e o amor não é, nem nunca foi, só dizer que "sim". O amor é um jogo de torce e puxa e nega e chora e grita e faz birra e sorri e dá beijos e passeia de mãos dadas e ama perdidamente e por isso devias ter vindo, devias ter-me contrariado. No amor, as palavras nunca são certas e as minhas estavam longe de serem as que mais querias ouvir.
Meu amor, por amor faz-se tudo! Por amor sobem-se mastros, descem-se céus, deslocam-se montanhas, arrisca-se tudo, e esse tudo é o tudo que amamos e ainda o tudo que não temos! Por amor arrisca-se tudo e tu, por me amares tanto, não arriscaste nada, com medo de arriscar o meu amor por ti. Mas tu sabes tão bem que o amor em si é um risco.
Eu arrependo-me da resposta que te dei mas devias ter vindo, juro! Devias ter vindo, eloquecido, juntado as saudades e vir matá-las. Devias ter vindo atrás de mim mas ficaste do lado de lá do risco e tiveste medo. Sempre o medo e eu sempre te disse que o medo é o maior inimigo do amor. É por isso que sou assim, sem medos nem certezas, só corpo e alma, que é a forma mais genuína de amar - com o coração e só com o coração.


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