Voltei a terra.

Dei conta que escrevo pra alguém mas ás vezes não sei bem quem. Às vezes escrevo pra ti, outras vezes para os outros e no fundo escrevo sempre pra mim. Eu sei lá de quantas pessoas já escrevi sobre, mesmo quando implícito mas sem nomear, quantas histórias já fantasiei sobre outras histórias de outras pessoa. Andava a pensar no porquê de continuar com o blog e no porquê de continuar a escrever para sabe-se lá quem. Algo que nunca disse, pelo menos em público, foi o porquê de ter começado com um blog. Cá vai:

A princípio, Julho de 2009 (como já se passaram 2 anos tão depressa!) comecei a escrever por uma razão simples - eu tinha um namorado (não era o Diogo) que era frio, dava-me pouca atenção, ora estávamos bem, ora estávamos mal, preocupava-me imenso com o rapaz e ele sem se preocupar absolutamente nada comigo. Fazia o que queria quando queria e não havia ninguém acima dele. Até parece um bicho mau e feio mas ele era lindo e eu gostava dele, e eu gostava dele por ele ser assim, diferente. Sinceramente, ainda hoje não sei o porquê mesmo porquê de ter gostado tanto duma peça destas mas vai-se lá entender o coração que ás vezes "tem razões que até a própria razão desconhece". Ele não gostava das coisas queridas que o amor tinha, como postais, prendas, surpresas, não gostava de termos carinhosos, nem textos de duas páginas nem mensagens cheias de corações. Surreal ou não, no fundo ele gostava de mim mas não gostava do amor. Senti, então, que precisava que as palavras que não lhe dizia directamente, fossem ditas por mim, a alguém (que era ele). Uma alquimia estranha porque ele sabia que eu tinha o blog e sabia que escrevia sempre pra ele mas nunca dizia que gostava do que eu escrevia, fingindo sempre que não sabia que eu escrevia sobre ele. Ele era do tipo de rapaz que nunca dizia o que pensava e que só fazia o que sentia.
Era um amor cansativo, doentio, nervoso, inconsciente, inocente e cego, o que eu sentia por ele. Caramba, foi um amor complicado mas descomplicou muito a vida quando acabou. As razões ficaram mais que guardadas no passado. Hoje ainda quero saber se está tudo bem com ele, apesar do mal que ele me fez. Sou um eterno coração de marmelada com açúcar amarelo e gosto de estar bem com todos e com o mundo, faz parte da filosofia simples de vida que levo. Digo sempre que ele foi um excelente amigo e ensinou-me muito, mas também digo que como namorado era uma valente treta. Espero que hoje em dia dê mais valor às raparigas que conquista (sem nunca perder o seu jeito de ser), já que ele pode ter as que quiser pois pra ele basta piscar um olho e fazer um sorriso meio tonto como só ele sabe fazer. Hoje rimo-nos e muito raramente falamos mas eu sei que se ele precisar eu estou cá, e se eu precisar, ele está lá. Final feliz.

Foi assim que comecei por ter um blog mas depois tornou-se no meu refúgio, na minha casa, no meu segundo coração (ou talvez inserido no primeiro).
Hoje eu escrevo o que me apetece aqui e felizmente pra mim (e quase infelizmente para os leitores) eu não preciso que o blog seja o meu intermediário para chegar ao coração do meu Diogo porque ele é em nada parecido com o anterior e é tão mais melhor e faz-me sentir a rapariga mais sortuda e mimada do planeta!

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