reflexões imaginadas com rum

Um dia encontro-te na rua e tiro-te o medo e as perguntas e a tristeza e dou-te um abraço, digo-te que está tudo bem e tu sorris, meio tonto, meio triste (porque a tristeza nunca se vai toda duma vez e as feridas duram e custam a sarar).
O tempo é mais meu aliado que teu: eu tenho todo o tempo do mundo para cometer todas as loucuras do mundo, eles param para me ver passar e sorrir e ajudam-me a deliciar o tempo calmo e pacífico do tempo; já tu, queres cometê-las todas juntas num só segundo, partes os relógios, arrancas os ponteiros e revoltas o tempo do tempo porque queres aqui e agora.
Calma pequeno pirata da vida, senta-te um bocado, bebe um copo de rum e fala-me daquilo que quiseres. Senta-te e deixa-me ouvir-te falar, sem te interromper e o único silêncio que se ouve no salão são as pausas que fazes para engolir o teu doce e velho amigo. Vai bebendo, eu acompanho-te, mas em silêncio profundo, mudo, mas nunca surdo, e, enquanto a conversa se prolonga, as nossas almas esvaziam-se dos problemas que dizemos ter e, no fim da noite, já nos sentimos mais leves, menos cansados, mais prontos para aventura que a vida nos leva a fazer, prontos para a ora longa, ora curta, caminhada pelas colinas.
Eu e tu preferimos percorrer as que são 7, entre cafés, risos e folhas a voar.
Por isso calma, entra, tira o casaco do medo e fala-me de tudo, de nada e do que tanto faz. Tira as dúvidas da cabeça e tira o cansaço das mãos. Larga o peso morto das costas, não podes carregar tijolos para sempre pequenino!
Vem, senta-te e bebe mais um gole. O rum ajuda-te. E eu também.
Lembra-te sempre que tu até podes virar marés e atravessar desertos, mas não procures os mapas secretos ou os tesouros escondidos. Os maiores tesouros são as pessoas, piratinha da vida e do tempo.

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