A discussão chegou e o amor morreu.

«Tinha um homem ao meu lado com quem pensei que iria viver até ao fim dos meus dias. Foram dois anos de um amor tranquilo, construído com paciência, dedicação e verdade. Fui muito feliz durante esse tempo (...) e posso dizer-te sem qualquer pudor que era um amor feito só de amor e cheio dele.
Há poucas relações assim.
[Mas] (...) Há discussões que, por mais violentas que sejam, sabemos que depois de dissipam como poeira e não deixam marcas. E há outras que mudam para sempre a nossa vida. (...) Quando a discussão acabou percebi que a minha relação também tinha acabado, que entre nós já não havia entendimento possível, que a minha mais bela e certa e segura e tranquila história de amor, a única que tinha vivido como possível, que não era fruto da minha imaginação delirante ou da minha persistência de camelo no deserto, estava irremediavelmente perdida. Foram dois anos da minha vida com ele, sonhos e viagens, muitos beijos e muitas conversas, uma vida partilhada que acreditei ia ser a minha vida, até ao fim da vida.
Um amor tão grande não pode morrer assim, em tão poucos meses, pois não?
Ainda hoje não sei porque é que esse amor acabou.»

... Mas é certo que acabou mesmo e morreu como flores colhidas de um jardim.






excertos de O Diário da tua ausência, de Margarida Rebelo Pinto.

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