Devia parar...

Eu devia parar de pensar em ti a cada segundo que passa. Eu devia parar de te querer a rir do meu lado e a rir das minhas piadas sem piada, a rir do meu riso tonto e do meu jeito distraído. Devia parar de sonhar contigo todas as noites, sonhos em que viajamos por sítios que não têm nome, por mares de marés incertas; e sonhos em que nos separamos um do outro, em que te vejo a sorrir e de mãos dadas com alguém que não sou eu, sonhos em que ambos fugimos das nossas rebeldias, do mundo e dos outros. Devia parar de te desejar agarradinho a mim enquanto dormimos. Devia parar de tentar agradar-te e devia parar de dar-te sempre o melhor que sou, porque afinal de contas tens que gostar de todas as minhas qualidades e todos os meus defeitos, como se sem isso eu fosse outra (e seria mesmo). Devia parar de tentar que músicas traduzam o que sinto por ti, porque não dá, não chegam palavras, nem sons, nem o mundo. Devia parar de te dar abraços sem porquês e beijos sem razão. E devia parar de querer beijar a tua boca, os teus cabelos, a tua pele, a todo o instante que estás comigo. Eu devia tentar mesmo. E se não conseguisse, tentar de novo.
No fim chegaria à conclusão que era tudo esforço em vão, porque o coração tem sempre razões que a própria razão desconhece e não há razão nenhuma no coração, esse tonto vadio, só sentimento.
Eu devia tentar mesmo. E se não conseguisse, tentar de novo.
Mas caramba, eu colei em ti!


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