Escrever ou não escrever? Heis a questão.

Acabei de ver o filme The Words
e tudo o que me apeteceu fazer, depois de o ter visto, foi escrever aquilo que sempre quis: o meu livro. E o tema que me veio à cabeça foi a nossa história. Aquela história sempre mal contada, aqueles capítulos que parece não chegarem ao fim, mas talvez ainda não haja fim, eu não sei. Nós que sempre fomos nós, que nunca desapegamos o que nos unia, apesar do tempo que não estivemos juntos e esquecidos, nós que não sabemos para onde vamos, nem por onde ir, mas que sabemos muito bem o que cada um é, olhos nos olhos.
Disseram-me hoje que sempre foste a pessoa mais parecida comigo e tu sabes que eu só nos vejo diferenças então, perguntei um subtil e confuso "parecidos onde?" na tentativa de despertar a nossa semelhança que não sou capaz de ver. Respondeu-me a voz, suave e sempre delicada, daquelas vozes que nos conhecem há anos e anos, e mesmo que os anos passem, essas vozes sabem que há corações que não mudam, como o meu, "parecidos em tudo, na liberdade". E tanto eu, como tu, buscamos a liberdade da alma, do corpo, do coração, das coisas, dos sítios, queremos desapegar, mas acabamos sempre apegados a algo que não nos deixa ir tão longe quanto planeámos. "A vossa química nota-se há distância" dizem, e nós os dois, sem vermos coisa nenhuma, porque os nossos olhos nunca viram um no outro o óbvio mas sim o que está por detrás dos olhos meio terra-meio água que são os teus, e os meus camuflados. Há amigos, amantes, paixões, namorados, casados, amigos coloridos, ex-qualquer-coisa. 
Nós somos amigos químicos. Mas somos amigos acima de tudo... Que têm uma química visível em Júpiter.


subtilmente relembrando 2009/2010 [ http://sorrirdiferente.blogspot.pt/2010/02/regras.html ]

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