Os teus olhos azuis.

Conheci-te num só dia. Um dia banal, talvez, um final de tarde de Inverno, cheio de sol, luz. Tu és um rapaz banal, igual aos outros mas o que é certo é que não consegui desligar-me de ti desde esse dia. Tens estado presente em tudo o que faço. Falamos sem nos fartar, horas a fio. E quando te olho, das poucas vezes que te vi, para além de perder a noção do tempo, do espaço e das pessoas que nos rodeiam, perco-me em todo o lado que vejo porque não sei racionalizar. Perco-me, sobretudo, nos teus olhos. Os olhos sempre foram, em mim, os espelhos de todas as almas que me olham. 
Tu dizes, que quando eu te olho, a minha pupila dilata, fica enorme, do tamanho da lua, penso eu, porque os teus olhos me consomem, me iluminam, me lêem toda a minha alma. E eu baixo as armas, as armas que tanto tento que me protejam o coração de quem me quer fazer mal. Mas os teus olhos transbordam bondade, enfeitiçam-me o coração e sussurram baixinho "vem cá." E eu, seguida pela melodia do sussurro que não existe, afasto as armas, levanto-me lentamente, como câmara lenta, sorrio-te com um ar doce e abraço-te, fitando-te olhos nos olhos, porque me perdi neles e tento encontrar-me. Encontrar-te. Encontrar-nos.


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