"Estás a chorar?" perguntas-me e eu, fazendo um esforço para que não notasses as lágrimas, digo-te que não. "Mas eu sei que estás. Olha para mim." e eu mantenho-me quieta, não quero que me vejas fraca, não quero que me vejas derrotada, não quero que me vejas feia. Levantas o meu rosto com calma, limpas as malditas e dizes-me que não gostas de me ver assim, triste, que quando choro o teu coração se quebra em mil pedaços. Perguntas-me "Porque é que choras?" e eu choro ainda mais. Eu temo que não entendas que eu choro de saudade, mesmo quando te tenho do meu lado, mesmo do meu lado.
Abraças-me com força, deitas-me do teu colo fazendo-me festinhas no cabelo, não sei ao certo se para me adormecer ou se para me acalmar. As lágrimas secam e eu digo-te que choro porque tenho medo e porque tenho saudades, porque sei que quando o dia acabar tu vais voltar para a tua casa longe da minha.
Sou sempre tão pequena e tão grande do teu lado. Tão pequena quando me abraças e me agarras porque és enorme ao meu lado e tão grande porque cuido de ti. E sou tão tua. E tu és tão meu. E ambos somos tão um do outro e tão livres, ao mesmo tempo.
Amar é isso de deixar livre o que amamos, não é? - se conseguirmos conquistar o que amamos, elas voltarão ao nosso encontro de livre vontade. Mas o que mais amamos é também aquilo que mais nos pode destruir. O que me destrói a mim é o medo de te perder. O medo consegue ser o inimigo que qualquer relação.
Eu pus toda a minha alma nas tuas mãos, tirei toda a maquilhagem, tirei todos os artifícios, despida de tudo o que não é meu, a ti não te sei mentir. Não, eu não choro porque me magoas, eu choro porque tratas-me tão bem que fico com tanto medo de como será se algum dia fores embora.
If i gave you my heart, what would you do with that?
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