"Autopsicografia"

«Catarina, fala-me de ti. Tens coragem e tempo?» N.C.

Isso é sempre uma pergunta muito complicada para mim. Coragem tenho sempre e tempo, arranja-se.
Primeiro que tudo, se há algo que me caracteriza deve ser o meu sorriso. No entanto eu acho que sou muito mais observadora, mas quase ninguém me consegue ler os olhos. Há uns anos que procuro quem sou, porque não sei e ando nessa busca constante, quase sempre sem resposta.
Não digo que não tenha uma personalidade forte, gostos marcantes e talvez até, pouco fora do comum ou do usual: eu gosto do que é ousado mas não piroso.
Sobre mim não sei, sinceramente, acho que sou uma miúda de 19 anos como muitas outras são. Não me ponho muito à margem da sociedade nem me insiro em nenhum grupo específico. Os meus amigos são os mesmos desde sempre, com a excepção de dois ou três que entraram na minha vida há 3 anos e vieram para ficar, porque eu faço questão de os preservar na minha vida.
Vivo quase uma vida dupla... A vida de sempre, com amigos de longa data, uns até de berço, outros de primária, oriundos de onde sempre morei e cresci.
Depois, há 3 anos decidi mudar a vida toda, ou quase, ou pelo menos a minha e abdiquei da vidinha fechada que aqui se vive e fui estudar para Lisboa, continuando a morar onde sempre morei.
Inscrevi-me na Escola Secundária Artística António Arroio e não me considero nem um bocado artista, até seria muito ingrato da minha parte se o afirmasse porque não é verdade. Mas naquela escola entrei para aprender. E aprendi muito! Aprendi, sobretudo, a conhecer-me a mim, um eu que talvez nunca tivesse conhecido. Aprendi que não faz mal pensar diferente dos outros, não faz mal ver luz nas cidades, nas ruas, nas pessoas, no sol, na lua, em casas abandonadas... 
Eu acho que o que me faz ser feliz é a maneira como olho para as coisas porque pouco preciso para achar algo com alguma particularidade bonita, mesmo quando as coisas são feias. Há sempre um encantamento qualquer que me surge quando me ponho a observar coisas.
Gosto de ler, mas nem todos os livros me cativam.
Sou feliz, mas acho que me falta sempre algo.
O meu maior medo na vida é ficar sozinha, acho que deve ser por isso que sou apegada demais às pessoas e a certas coisas que considero minhas. Talvez seja egoísmo... Talvez seja outra coisa qualquer.
Sou a filha do meio de 3 filhas perfeitas e normais.
E acredito no amor porque não tenho nem um motivo para desconfiar que ele não exista.

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