O que eu gosto em ti

És fantástico, maravilhoso até! Nós temos um entendimento que mais ninguém tem. Tens paciência para mim, para a Catarina-criança e para a Catarina-adulta. Acima dessa paciência louvável para um bicho-do-mato e mau-feitio como eu, adoro a forma como tens objectivos na vida, embora leves sempre uma vida ao sabor do vento vinda do acaso. Adoro a forma como o saber é prioritário e insaciável e queres sempre saber mais. Gosto que gostes de documentários, de filmes, da magia, do sonho, da arte, da vida. Gosto que me olhes com uma ternura tão doce com aquele sorriso fugido no canto dos lábios. Aquele olhar de quem pertence sem se ser dono. Gosto de dormirmos sempre agarrados, seja numa cama minúscula ou numa gigante, mesmo com 40 graus debaixo dos lençóis. Gosto de como pensas sobre a arte, sobre as coisas, sobre a vida. Gosto que penses. Que sejas inteligente, sobretudo. E ainda que tenhas aquela piada que deixa qualquer miúda caídinha. Apesar de não achar tanta piada quando as miúdas te acham piada... Gosto de como alinhas nos meus pensamentos mais triviais e nas minhas brincadeirinhas de gente pequena. Gosto que gostes de mim, como sou, sem artifícios nem postiços. Gosto do teu andar imponente, do teu ar de menino quieto mas da tua alma louca. Gosto de ti porque me fazes sentir viva, como eu já não sabia sentir há muito. Gosto que me faças sentir que eu sou óptima na minha própria pele, quando saio do banho onde lavei toda a maquilhagem e o meu cabelo, ainda molhado, não está perfeito. Gosto que me faças sentir que eu posso ser eu própria e ter mil defeitos estampados na cara que tu não vais mudar a forma como me vês. Tu dizes que sou bonita tal como sou. E eu, agora, acredito. Gosto que me ames na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na proximidade e na distância, confiante ou toda quebrada em pedaços. 
Na verdade, és tu que fazes as peças encaixarem todas e fazes com que agora eu entenda o que é viver de amor... Morrer de amor eu não sei, ainda. Mas viver... Oh, viver, eu vivo deste amor!

"Nós nunca sabemos se vai durar uma noite ou uma vida inteira" mas enquanto acordares do meu lado, todas as manhãs eu vou continuar a saber viver de amor, sem precisar de mais nada. Nem ninguém.

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