«Eu odeio conversa da chacha.
Eu quero conversar sobre os átomos, a morte, os aliens, sexo, magia, intelecto, o sentido da vida, galáxias distantes, música que te faz sentir diferente: Eu quero conversar sobre as memórias que temos, as mentiras que já contámos, os defeitos que nos estão debaixo da pele. Eu quer conversar sobre os teus cheiros predilectos, sobre a tua infância e o que é que te mantém acordado à noite. Eu quero conversar contigo as tuas inseguranças, os teus medos e os teus sonhos.
Eu gosto de pessoas com profundidade, com conteúdo, que falam com emoção que vem de dentro.
Eu não quero conversar contigo para saber "como estás" ?!»

O que eu quero é conversar com alguém que tenha conteúdo, que não seja só uma garrafa de vinho vazia sobre a mesa: eu quero que tu sejas o que o vinho provoca. Quero conversas desenroladas, quero conversas nocturnas de almofada que durem até surgirem os primeiros raios de sol. Eu não quero saber como foi o teu dia, saber que acordaste tarde porque ficaste a ver séries até ás 3 da manhã, que ontem choveu e que hoje faz sol e que quando foste fazer surf haviam ondas na praia. Eu queria que me dissesses que no mar é onde tu pertences e que me conseguisses explicar o que sentes quando rasgas as ondas com as quilhas, o que é que sentes quando a água salgada te beija os lábios que eu adoro, o que sentes quando o sol te seca a pele molhada e o que é que sentes quando finalmente voltas a pôr os pés na areia escaldada.
O que eu quero é que consigas ser mais daquilo que és e deixar-me entrar no teu universo, como num mergulho de um rochedo alto como quem se atira para um mar de ondas revoltas e barulhentas, sem saber se virá à tona de novo ou não.
O amor é essa vertigem. E eu que não sou corajosa, contigo saltaria o precipício.


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